domingo, 27 de abril de 2014

PAPÁ, A BURGUESIA ESTÁ ALUCINADA! OU... EXPLODE A LUTA DE CLASSES

Edvaldo Pitanga *

Vou logo avisando que a autoria do título deste artigo é do companheiro Pastori. Na verdade, é o bordão usado por ele todas as vezes que inicia suas argutas análises do quadro político baiano e brasileiro, e nelas aponta o desespero que tomou conta das elites e  de todo o seu arsenal: mídia, judiciário, partidos conservadores e por aí vai.

Não é novidade a luta de classes dentro do capitalismo. Ela se expressa de muitas formas. Ultimamente, a guerra ideológica travada pelas elites é dizer que ela não existe,  que é invenção de militantes de esquerda – ultrapassados e sectários – que capital e trabalho hoje convivem harmoniosamente. Não fossem, claro, esses que teimam em apontar as profundas contradições de um sistema excludente e desumano.

Desde o julgamento de exceção da AP 470, a do mensalão, feito pelo STF sob incrível pressão da mídia conservadora para condenar mesmo sem provas os envolvidos, fica clara a estratégia da burguesia em instalar um clima de terror e desconfiança com o objetivo de desidratar o projeto de viés trabalhista inaugurado no governo Lula em 2003. De prognósticos de um “apagão” no sistema elétrico (talvez aos moldes do que ocorreu no governo FHC) a uma crise econômica que vai acontecer no dia seguinte; além do  tal “escândalo” da compra da refinaria de Pasadena, sobre o qual aos poucos a verdade vai surgindo e fica claro que são infundadas as suspeitas.

Aqui está a verdadeira feição da luta de classes nesse período. Lemos na imprensa que a oposição (leia-se, a direita) está intrigada com a resistência do governo Dilma aos ataques midiáticos. Neste cenário intrigam-me duas coisas.

A primeira é a desfaçatez da direita em não admitir as agressões na forma em que são realizadas: antidemocrática, mentirosa, manipuladora. E o que é pior, levada a efeito pelos meios de comunicação que são concessões públicas, sem uma reação a altura do governo federal. Não descarto a tentativa de golpe tão ao gosto da classe dominante brasileira; não mais militar, mas aos moldes de Honduras e do Paraguai.

A segunda é a omissão ou o silêncio do partido do governo e os da base aliada no Congresso. Salvo honrosas exceções – a senadora Gleisi Hoffman, com suas desassombradas intervenções na defesa do governo e desse projeto que nos interessa, é  uma delas. Causa-me estranheza, porque a combatividade sempre foi a nossa principal característica.

Portanto, não tenho dúvidas de  que a resistência, seja ao que for – ao golpe paraguaio, ao assassinato de reputações, às mentiras dos meios de comunicação, às investidas do judiciário para abafar a luta dos trabalhadores – tem que ser encarada como a tarefa principal das organizações dos trabalhadores. Tem que ganhar corpo junto as categorias, tem que estar presente nas nossas manifestações de rua, nos nossos jornais, boletins, programas de rádio.

A luta de classes explodiu com toda a sua magnitude.

Cabe a nós trabalhadores conscientes, dirigentes, lideranças e militantes cumprirmos bem o nosso papel e garantirmos as conquistas e avançarmos mais em direção de sociedade igualitária.

Esta é mais do que uma proposta de justiça social. É um pacto a ser seguido.

Qualquer anomalia, companheiro (a), basta ler o título deste artigo e encontrarás o grupo social que é simpatizante e promove barbáries no caminhar da História.

Haja alucinados!

* Edvaldo Pitanga é sindicalista

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