Edvaldo Pitanga *
Vou logo avisando que a
autoria do título deste artigo é do companheiro Pastori. Na verdade, é o bordão
usado por ele todas as vezes que inicia suas argutas análises do quadro
político baiano e brasileiro, e nelas aponta o desespero que tomou conta das
elites e de todo o seu arsenal: mídia,
judiciário, partidos conservadores e por aí vai.
Não é novidade a luta de
classes dentro do capitalismo. Ela se expressa de muitas formas. Ultimamente, a
guerra ideológica travada pelas elites é dizer que ela não existe, que é invenção de militantes de esquerda –
ultrapassados e sectários – que capital e trabalho hoje convivem
harmoniosamente. Não fossem, claro, esses que teimam em apontar as profundas
contradições de um sistema excludente e desumano.
Desde o julgamento de
exceção da AP 470, a do mensalão, feito pelo STF sob incrível pressão da mídia
conservadora para condenar mesmo sem provas os envolvidos, fica clara a
estratégia da burguesia em instalar um clima de terror e desconfiança com o
objetivo de desidratar o projeto de viés trabalhista inaugurado no governo Lula
em 2003. De prognósticos de um “apagão” no sistema elétrico (talvez aos moldes
do que ocorreu no governo FHC) a uma crise econômica que vai acontecer no dia
seguinte; além do tal “escândalo” da
compra da refinaria de Pasadena, sobre o qual aos poucos a verdade vai surgindo
e fica claro que são infundadas as suspeitas.
Aqui está a verdadeira
feição da luta de classes nesse período. Lemos na imprensa que a oposição
(leia-se, a direita) está intrigada com a resistência do governo Dilma aos
ataques midiáticos. Neste cenário intrigam-me duas coisas.
A primeira é a
desfaçatez da direita em não admitir as agressões na forma em que são
realizadas: antidemocrática, mentirosa, manipuladora. E o que é pior, levada a
efeito pelos meios de comunicação que são concessões públicas, sem uma reação a
altura do governo federal. Não descarto a tentativa de golpe tão ao gosto da
classe dominante brasileira; não mais militar, mas aos moldes de Honduras e do
Paraguai.
A segunda é a omissão ou
o silêncio do partido do governo e os da base aliada no Congresso. Salvo
honrosas exceções – a senadora Gleisi Hoffman, com suas desassombradas
intervenções na defesa do governo e desse projeto que nos interessa, é uma delas. Causa-me estranheza, porque a
combatividade sempre foi a nossa principal característica.
Portanto, não tenho
dúvidas de que a resistência, seja ao
que for – ao golpe paraguaio, ao assassinato de reputações, às mentiras dos
meios de comunicação, às investidas do judiciário para abafar a luta dos
trabalhadores – tem que ser encarada como a tarefa principal das organizações
dos trabalhadores. Tem que ganhar corpo junto as categorias, tem que estar
presente nas nossas manifestações de rua, nos nossos jornais, boletins, programas
de rádio.
A luta de classes
explodiu com toda a sua magnitude.
Cabe a nós trabalhadores
conscientes, dirigentes, lideranças e militantes cumprirmos bem o nosso papel e
garantirmos as conquistas e avançarmos mais em direção de sociedade
igualitária.
Esta é mais do que uma
proposta de justiça social. É um pacto a ser seguido.
Qualquer anomalia,
companheiro (a), basta ler o título deste artigo e encontrarás o grupo social que é
simpatizante e promove barbáries no caminhar da História.
Haja alucinados!
* Edvaldo Pitanga é sindicalista
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